Nós, Juventude Indígena da região de Guajará-Mirim-RO, é demais povos da região do estado: Oro Wari, Wajuru, Canoé, Cabixi, Kujubim, Jaboti, Puruborá, Guarasugwe, Cassupá, Tupari, Macurap, Karipuna, Kaxarari, Macuxi, Kokama, Karitiana, Sakirabiar, Aruá, Kaxinawa, Paumari, é estado do Acre, Jaminawa, Huni-Kui, Manchinere , reunidos nos dia 10 a 12 de março de 2023, no Centro de Treinamento São José localizada na rua Costa Marques – centro, cidade de Guajará-Mirim, no encontro de formação com o Tema: JUVENTUDE INDÍGENA NA LUTA POR SEUS DIREITOS: PERFAZENDO CAMINHOS DE RESISTÊNCIA e com o LEMA: CULTIVANDO O BEM VIVER! Contamos com a presença do Bispo da Diocese de Guajará – Mirim, Dom Benedito Araújo, Organização dos Povos Indígenas de Rondônia e Noroeste do Mato Grosso (Opiroma), Acessória Jurídica do CIMI- RO, Pastoral Indigenista Arquidiocese de Porto Velho, Equipe do Cimi/RO e ACRE, Federação do Povo Huni- Kui do Acre- FEPHAC. O encontro teve como objetivo a troca de experiências, entre os jovens indígenas. Foram momentos de bastantes aprendizados, reflexões e discussão de extrema importância da juventude na Luta pela garantia dos nossos direitos e defesa da vida e do bem viver dos povos indígenas. O fortalecimento das nossas culturas, valorização da espiritualidade passada de geração para geração, compartilhamos nossas preocupações diante da atual conjuntura política, mesmo tendo um governo, FUNAI e Ministério dos Povos Indígenas, nada estar garantido sem lutas, temos que está vigilante e cobrando nossos Direitos diariamente.
O governo que esteve no poder esses últimos 4 anos, desmontou políticas públicas e leis de proteção socioambiental. Atingindo diretamente a Terra/ Território e logo a vida dos povos indígenas.
Destacamos algumas ações deixada pelos últimos 4 anos de governo, que lutou diariamente contra os Direitos e a vida dos povos indígenas: Ameaça aos territórios e a integridade física dos povos indígenas e dos indígenas sem contatos com avanço da fronteira agrícola vinculada a expansão do agronegócio;
- A legalização das grilagem em unidades de conservação;
- A proposta do governo para construção de usinas como; a hidrelétricas Ribeirão,no rio ribeirão e a binacional Brasil – Bolívia, do rio madeira.
Exigimos do Estado Brasileiro cumprir com a CF de 1.988, a Convenção 169 e a Declaração Universal dos Povos Indígenas sendo o Brasil um pais signatário tem a obrigação de cumprir essas leis, protegendo e defendendo os Direitos Originários dos Povos Indígenas.
Repudiamos total a medida presidencial de nº 11.226, de 7 de outubro 2022 assina pelo militar Jair Bolsonaro que aprova o estatuto e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão e das funções de confiança da Funai e remaneja e transforma cargos e comissão em funções de confiança.
Animados e movidos pela esperança e bem viver para todos e todas reafirmamos nosso compromisso com a luta na defesa da Democracia, da vida dos povos tradicionais na resistência milenar dos nossos ancestrais, que nos animam e fortalecem para combater os projetos de morte, anunciando a vida plena para todos os povos da terra. Ousamos em resistir para existir, construindo pontes para fortalecer as alianças e parcerias em defesa da VIDA.
Guajará-Mirim 12 de Março de 2023