TEMA DA INTERVENÇAO: Pentecostalismo (IL 137 – 138)
Dom Benedito Araújo – Guajará Mirim Rondônia – Brasil
Santo Padre,
Agradeço sua atenção em priorizar à Amazônia no seu pontificado!
Neste momento de graça nos sentimos afagados pelo seu pastoreio de pai que escuta os “gritos e cantos de dor e de júbilo” do povo da Amazônia.
Eu fui enviado pelo Santo Padre o Papa Bento XVI para Diocese de Guajará Mirim – Rondônia Brasil, nossa jurisdição territorial diocesana é de 91.282 Km².
Temos somente 14 padres para o atendimento de 450 comunidades. a Paróquia mais distante da sede da Diocese estar a 1.300km, onde aconteceu o Massacre de Corumbiara.
Sua Eminencia o Cardeal Claudio Humes, conheceu um pedacinho desta região, quando fraternalmente passou vários dias conosco.
Nesta realidade, o império do desrespeito é constante, ameaça e ceifa à vida dos povos, em especial dos indígenas e ribeirinhos, devasta a floresta a vida dos biomas e biodiversidades; “é um rastro de lapidação, inclusive de morte por toda a região[…] coloca em perigo milhões de pessoas, em especial do habitat dos camponeses e indígenas (DAp473).
Existe um respeito enorme dos povos nativos pelo trabalho da Igreja, que de forma inserida, sempre os acolheu e defendeu na firme opção preferencial pelos pobres, evangelizando e promovendo a saúde, educação e comunicação. Mais o débito da Igreja para com esses povos continua um desafio tremendo.
É assustador o crescimento do pentecostalismo, guiado por sinais de uma alienante cultura bíblica-espiritual, calcada numa teologia da prosperidade, onde o medo se sobrepõe à esperança, a “satanização” à graça e o econômico ao espiritual.
No trabalho pedagógico Neopentecostal, as lideranças são preparadas, confirmadas, oficializadas, enviadas, e estão em todos os rincões do nosso território. Facilmente nosso povo, sobretudo nossas lideranças são atraídas pelos interesses dominantes sejam econômicos, religiosos e fanáticos, sem pensar nas consequências do presente e do futuro
Santo Padre sou testemunha da beleza e do esforço das nossas lideranças católicas na sustentação espiritual das comunidades, sobretudo garantindo a celebração da Palavra, mas ao mesmo tempo constato o sofrimento por não poderem contar com a graça da celebração eucarística e a presença mais amorosa e cuidadosa da Igreja.
Reconheço a ausência de ministros e ministras católicos ordenados, junto às diversas comunidades, para acompanhar, consolar, conhecer a realidade das comunidades como meio para a promoção de uma Igreja mais samaritana e profética.
O processo formativo dos ministros ordenados é cada vez mais complexo; e dos ministros não ordenados, muitas vezes é marcado pela falta de recursos humanos e financeiros; há de se considerar ainda a desvalorização de fiéis com formação teológica que poderiam colaborar ainda mais no seio da Igreja.
É urgente a necessidade de transmitir a fé às novas gerações; dinamizando o processo de iniciação à vida cristã; mais também a diversidade ministerial em vista de um efetivo encontro com a pessoa de Jesus de Nazaré e o seu Evangelho.
Que Maria, Rainha dos apóstolos, entre nós cultuada como Senhora do Seringueiro nos proteja no seguimento do seu filho.
Sua benção! Obrigado.