Lançamento do Relatório de Violência 2023 do Cimi Nacional

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Na noite desta quarta-feira, a Faculdade Católica de Rondônia sediou o lançamento do Relatório de Violência 2023 do Cimi Nacional. O evento foi um marco importante para a discussão sobre a situação dos povos indígenas no Brasil e contou com contribuições valiosas de diversas lideranças indígenas, bispos e aliados da causa:

Adriano Karipuna, liderança do povo Karipuna, destacou a crescente ameaça enfrentada pelos defensores indígenas, o aumento das queimadas e a fumaça que afeta Rondônia, e a necessidade urgente de ação do poder público. Ele também alertou sobre a relação entre a exportação de produtos e o assassinato de povos indígenas.

Elizabete Aikanã, sabedora do povo Aikanã, compartilhou a tristeza pela mudança drástica na gestão dos recursos naturais, comparando a antiga harmonia com a atual exploração, como o garimpo e a retirada de madeira. Ela ressaltou que, ao contrário das acusações de preguiça, os indígenas estão apenas tentando proteger sua terra, que é sua mãe.

Dom Benedito, de Guajará-Mirim, e Dom Fontineli, bispo de Humaitá-AM, chamaram a atenção para a perseguição e assassinato de indígenas, enfatizando a importância de defender a dignidade, liberdade e humanidade dos povos.

Ivanilda Torres, secretária-adjunta do Cimi, abordou a violência sistêmica proporcionada pelo poder público, citando a Lei 14.701, que favorece o agronegócio em detrimento dos direitos indígenas. Ela também mencionou a alarmante mortalidade infantil nas comunidades indígenas, resultado de doenças evitáveis.

Silvania Manu Cespedes, coordenadora do CIMI – Regional Rondônia, afirmou que os direitos dos povos indígenas são garantidos pela Constituição Federal, sendo indisponíveis e inegociáveis. Ela questionou a persistência do debate sobre o marco temporal no século XXI e enfatizou que os povos indígenas não devem ser vistos como impedimentos, mas sim como partes essenciais da nossa sociedade.

Este evento foi um passo crucial para aprofundar a discussão e a conscientização sobre as questões enfrentadas pelos povos indígenas. Continuamos na luta por justiça e reconhecimento.

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